quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

2020 - que ano.

Este blog foi iniciado em um domingo, lá em 2011 e o objetivo era muito claro, apenas limpar minha cabeça e meu coração. Fui escrevendo bastante coisa nesses anos e nos últimos foram diminuindo a frequência e que só hoje eu entendi o por que. 

Eu virei uma esponja, eu passei a me importar tanto e absorver tudo o que acontece ao meu redor que esqueci do meu eu, esqueci que também tinha minhas angustias, também tenho minhas reflexões... cara eu tenho tanto para falar, mas sem nem perceber, fui apenas guardando. E como já sabemos, uma hora chegamos ao limite, hoje cheguei ao meu e vim recorrer as minhas raizes e escrever para aliviar meu coração.

Esta situação da quarentena que estamos vivendo vai ser impossível eu sair dela sem qualquer buraco no colete a prova de balas que sempre vesti na minha vida inteira. Achei que não iria ser afetado, mas estou sendo. Hoje eu estou repensando toda a minha vida, todas as minhas decisões, o que é bom e também é ruim. O bom é que da para sentir um orgulho da minha caminhada, onde sempre fui eu por mim mesmo, tudo o que eu tenho foi eu quem consegui, eu nunca ganhei nada, já o lado ruim é que também te faz pensar no que tudo isso esta virando.

A realidade ela é subjetiva, mas ela é também uma só. Eu sei, não faz sentido, mas se você ler umas 3 vezes, talvez faça. Vou tentar explicar.

O mundo de hoje esta se tornando varias cavernas, você sai de uma, entra na outra, a cada caverna adentrada, vivemos outra realidade, o que deixa mais difícil tangibilizar o que é real e pensamentos como "eu estou vivendo ou só passando pela vida" aparecem com mais freqüência na minha cabeça. Isso é a realidade subjetiva.

E ela se torna uma só quando vemos as pessoas sendo iguais as outras, ninguém mais possui personalidade, não existem mais difusores ou debatedores, todos estão tão inseridos e inertes na própria bolha que criou e não consegue mais olhar em volta. Nos tornamos binários. Zeros e uns. 

Quando foi que nos perdemos? quando deixamos de viver a vida com vigor e esperança? 

Alegria esta dando lugar para ódio, sorrisos se tornaram duvidosos, a poesia dos olhares se perdeu, o cheiro já não nos remete a lembrança nenhuma e parece até que carinho virou prejudicial. 

Cara, que loucura!

Eu vim de uma outra linha, de uma outra criação e de outros valores. Talvez seja por isso que eu esteja tentando me reencontrar dentro de mim mesmo.

Já diria alguém, você só sabe para onde ir, quando saber de onde veio.

Não entenda isso como estar perdido, muito pelo ao contrário, eu nunca estive tão centrado e alinhado com meus objetivos na minha vida.

Mas chegou a hora de voltar a beber da fonte, chegou a hora de se consultar com o Caio de 2011, buscar nas minhas raizes a motivação e a reflexão para continuar a minha excursão nessa jornada.

Buscar de volta a simplicidade do gesto, o calor do sentimento vivido e lembrado, sonhar sem barreira nenhuma, criar mundos que só estão na minha cabeça, rabiscar em um papel desenhos sem sentido nenhum para colorir tudo de novo e então sim se apaixonar mais uma vez pela vida.

Que a minha evolução pessoal continue sendo meta e que eu me torne a cada dia a melhor versão de mim mesmo.