terça-feira, 3 de abril de 2018

A verdade?

A verdade? 
É que eu nunca coloquei tudo para fora. 

Nunca gritei ao mundo minhas angustias. É inacreditável como não consigo passar um dia sem sentir medo do dia seguinte, uma eterna linha tênue entre "vai dar tudo certo" e " tudo esta desmoronando"  

Nunca disse o que realmente eu sinto falta. onde foram parar aqueles abraços apertados? 

Não falei do que realmente me incomoda. Não consigo entender essa falta de respeito, bom senso e maldade que as pessoas tem hoje em dia. Não saber em quem confiar é o que mais me incomoda.

Não pude dizer o quanto de saudade tem dentro do meu peito. Pai, o senhor faz uma falta enorme em todos os meus dias, já são 4 anos e 3 meses em que eu guardo toda essa dor, esse choro e esse vazio dentro de mim. 

Nem se quer mencionei o por que costumo ficar sozinho. Que na verdade mesmo eu odeio ficar sozinho, mas eu me sinto tão sozinho na maior parte do tempo que me isolar é uma forma de não deixar minha cabeça cultivar isso dentro de mim.

Ou qual foi a vez que disse que é difícil dormir? Dizem que tem alguns termos para isso, inquietude ou ansiedade, mas que eu chamo de realidade. A minha realidade faz questão de bater todas as vezes que pode na minha porta, mostra que esta sempre ali a espreita, esperando um errinho, um deslize para que ela possa me engolir. Eu posso sentir ela todos os dias.

Nunca toquei no assunto em que me escondi para chorar. Por não me permitir, não confiar e não ter aquilo que vocês chamam colo, sabe? Essa é única inveja que eu sinto das pessoas que possuem esse famoso porto. 

Jamais resmunguei o quanto parece que estou chegando no meu limite, que na verdade é o meu maior medo.

Mas você já me ouviu dizendo que te amo varias vezes, só que de maneiras diferentes:

- Se cuida!
- Vi / ouvi isso e lembrei de você.
- Me avisa quando chegar.
- Pode contar comigo para o que precisar.
- Já comeu?
- A comida está pronta, vem comer.