segunda-feira, 11 de setembro de 2017

AQUELA



Só um desabafo de um garoto que não sabe muito sobre gramática...

Quando eu comecei a jogar basquete aos 12 anos, não entendia bem o conceito do que era disputar um campeonato de verdade, para mim aquilo ainda era apenas brincadeira.
Depois de 2 anos ganhei meu primeiro campeonato, foi neste ponto que tudo ficou mais claro,
como todos os dias travando inúmeras batalhas psicológicas comigo mesmo, dores no corpo que me deixavam extremamente exausto, dúvidas que surgiam na minha cabeça em que eu não sabia bem a resposta, fora o turbilhão de emoções que me dominava demais, mas que tudo valia a pena quando eu via a taça.
Eu desejava a taça de campeão, em uma os campeonatos, durante a final a taça ficava exposta, e eu não conseguia tirar os olhos dela nem por um minuto.
Você já viu uma taça de campeão de perto? É uma das coisas mais bonitas que eu ja vi, todas as vezes que tive chance de toca-la, eu abraçava e beijava, até o cheiro era diferente. Me sentia o cara mais satisfeito e completo naquele momento, que turbilhão de emoções boas, sorrisos que eu não conseguia esconder, era incrível. 
Tão boa, que te deixa viciado nessa sensação, eu só queria sentir mais aquilo, foi então que entrei de cabeça e abdiquei muitas coisas da minha vida pelo esporte.
Depois que decidi parar de jogar eu achava que nunca mais iria sentir aquilo de novo, nada me dava tanta emoção, até que teve um dia que eu descobri que podia ter tudo aquilo de novo, só que dessa vez com uma pessoa na qual estava disposta a ter minha companhia.

Desde então não meço esforços, ainda encontro situações difíceis, dias que estou exausto, dúvidas que surgem diariamente na minha cabeça, mas não desisto, por que eu já sei que tudo que me faz me sentir esse frio na barriga, vale a pena. Meu pai ja dizia “Tudo aquilo que te fizer ter vontade de se doar um pouco mais, terá um gosto muito melhor"  e quando isso acontece, quando os sentimentos tomam conta, a cabeça não raciocina direito e a respiração fica profunda, eu ainda consigo ver aquele garoto inquieto, com as mãos suando, a boca seca, e que não consegue tirar os olhos daquilo que é mais bonito, de formas invejáveis e que me faz querer me doar mais um pouco.