domingo, 15 de dezembro de 2013

O Céu esta mais feliz.


Todas as vezes que me sentia mal eu escrevia, e achava muitas palavras e hoje, pela primeira vez eu não sei o que dizer ou pensar. 
Hoje me sinto perdido, sem chão e ainda sem acreditar que isso aconteceu, pra mim, meu pai ainda vai vir até em casa, me dar um beijo e perguntar como estão as coisas.

Meu pai, Ciro Ferreira, faleceu no dia 14/12/2013 , um cara simples, com o coração maior que ele, queria abraçar o mundo, sempre com um sorriso no rosto, nunca negou ajuda a ninguem e que com todos os problemas, ele conseguia me manter de pé. Um cara que tinha muita condição , mas que o carro que tinha era um fusca, por que ele amava fuscas, um cara muito fechado, mas com o abraço mais apertado e acolhedor do mundo. Esse grande cara me ensinou que nenhum sonho era impossível, que ter felicidade era mais importante do que ter dinheiro, me ensinou que a familia é tudo e me pedia sempre pra cuidar da minha mãe e avó, pra esse cara não tinha tempo ruim, tudo para ele era festa e felicidade e que qualquer problema poderia ser resolvido em uma mesa tomando uma cerveja.

Eu já briguei com Deus, pois não entendia e por que levar meu pai, que não fazia mal a ninguem, que era a base de muita gente da familia,, me culpei muitas vezes, mas fiz as pazes comigo e com Deus, por que meu pai precisa descansar em total paz.

A perda do pai começa a nos ensinar o valor do tempo: o que não fizemos, a visita deixada para depois, o gosto adiado, a advertência desdenhada, o convite abandonado sem resposta, o interesse desinteressado...tudo isso volta, massacrante, cobrando-nos o egoísmo. Nosso primeiro exame de consciência verdadeiro começa quando o pai morre. Nosso encontro com a morte inaugura-se com a dele. Nossa primeira noite sem proteção consciente, dá-se quando ele já não está. E nunca somos mais sós que na primeira noite em que já não o temos. O pai é o mistério enquanto vida e a revelação depois de morto. Num segundo, entendemos tudo o que, durante a vida, nele nos parecia uma gruta de mistérios. Seus objetos ganham vida, suas comidas preferidas passam a ter mais gosto, suas frases adquirem o sentido que só o tempo e a repetição outorgam às coisas.

Ainda estou aqui, sem reação, descreditado, a ficha ainda não caiu eu acho, ainda não sei como lidar e o que fazer agora, mas vou encontrar um jeito e encontrar a paz para minha magoa. Ainda escuto a voz dele dizendo " Filho você é um homem por completo agora, mas eu sempre serei o seu pai ".  E agora eu preciso ser forte, pensar positivo, erguer a cabeça e seguir a vida, pois minha familia precisa de mim, precisam ver que eu estou bem.

E pra mim, meu pai não faleceu, ele apenas esta por ai, em algum lugar e um dia eu sei que vou ver ele denovo. 
Tenho Orgulho de dizer que sou filho do Ciro Ferreira. Descanse em paz pai.